Equipes localizam famílias que enfrentam dificuldades para
acessar serviços e políticas públicas. Navegando pelos rios amazônicos,
elas levam a oportunidade de superação da extrema pobreza, aliada à
preservação ambiental
Breves (PA), 6 – O único acesso às cidades do
arquipélago do Marajó (PA) é por meio dos rios. A navegação é feita em
canoas, barcos e lanchas. A mesma distância pode ser percorrida em duas
horas ou levar um dia inteiro, conforme a correnteza, a maré fluvial e o
modelo da embarcação. Para muitas famílias pobres que vivem na região, o
combustível é o item mais caro do orçamento familiar. Ir até a cidade
não é fácil, e isso dificulta o acesso aos serviços e políticas
públicas. A missão do Mutirão Bolsa Verde é vencer essa barreira e levar
até essas populações a inclusão social, com garantia de renda e
conservação dos recursos naturais.
Mutirão se desloca de barco na ilha dos Macacos. Foto: Ana Nascimento/MDS
A estratégia de busca ativa faz muita diferença para os ribeirinhos e
assentados rurais. De barco, navegando pelos rios amazônicos, as
equipes do mutirão pretendem localizar e incluir no Bolsa Verde 30 mil
famílias no Pará. Pessoas como a extrativista Rosiane Sarmento Melo, 23
anos, moradora da comunidade Santa Maria, na ilha Jejuteua, que muitas
vezes não tem condições de pagar pelo percurso de barco até Breves, a
cidade mais próxima. “É melhor porque às vezes a gente não tem dinheiro
pra comprar combustível pra ir e voltar”, explica. Segundo ela,
gastam-se seis litros de combustível para chegar à cidade.
A distância e o isolamento dessas comunidades representam sérias barreiras no acesso a serviços públicos, como os de saúde. Na ilha Jejuteua, por exemplo, as gestantes normalmente recorrem a parteiras da região ou realizem o próprio parto. “O primeiro filho eu tive com a minha mãe, ela que ajudou a nascer. Aí eu vim pra cá e tive a coragem, eu tive meus filhos sozinha, eu mesma que fiz os partos”, conta Vitorina da Silva e Silva, 52 nos, parteira da comunidade Santa Maria, que teve 10 filhos e ajudou 48 bebês a nascerem.
A distância e o isolamento dessas comunidades representam sérias barreiras no acesso a serviços públicos, como os de saúde. Na ilha Jejuteua, por exemplo, as gestantes normalmente recorrem a parteiras da região ou realizem o próprio parto. “O primeiro filho eu tive com a minha mãe, ela que ajudou a nascer. Aí eu vim pra cá e tive a coragem, eu tive meus filhos sozinha, eu mesma que fiz os partos”, conta Vitorina da Silva e Silva, 52 nos, parteira da comunidade Santa Maria, que teve 10 filhos e ajudou 48 bebês a nascerem.
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Galeria de fotos do Mutirão Bolsa Verde em Breves (PA)
Equipes percorrem 27 municípios no Pará para incluir 30 mil famílias no programa
Além da inclusão no Cadastro Único e nos programas Bolsa Família e
Bolsa Verde das famílias elegíveis, o mutirão oferece os serviços de
emissão de documentos de identidade, CPF e carteira de trabalho pelo
Programa Nacional de Documentação da Trabalhadora Rural (PNDTR),
coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), por meio do
Incra.
O
extrativista Elionai Moreira e a esposa, Jéssica Ribeiro Lima, se
inscrevem no Cadastro Único e no Bolsa Verde. Foto: Ana Nascimento/MDS
Quando o agricultor familiar Elionai Moreira, 20 anos, soube da
chegada do Mutirão Bolsa Verde na comunidade Monte das Oliveiras, na
ilha dos Macacos, largou a roça de mandioca, pegou os documentos e
chamou a esposa para fazerem o Cadastro Único. “Meu irmão avisou a gente
de que tinha cadastro, aí a gente deixou tudo lá, deixou as mandiocas, e
veio correndo para cá”, disse. Ele espera ansiosamente sua inclusão no
Bolsa Família e no Bolsa Verde.
Ouça o boletim de rádio:
O agricultor Elionai Moreira conta que vai aplicar o primeiro benefício do Bolsa Verde na produção de farinha
Quando sair o primeiro benefício, Elionai espera aplicar o dinheiro
que vier na produção de farinha, feita artesanalmente no quintal de
casa. “A gente pode ampliar o trabalho da gente, fazer uma roça maior,
ampliar o açaizal porque a fonte mais rica que tem no Pará é o açaí, tá
dando muito dinheiro, só que a gente não tem para tirar, aí o jeito é
fazer o Bolsa Verde e ampliar o açaizal para poder continuar
cultivando”.
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