Bolsa Verde já mudou a vida de 40,5 mil famílias em todo o
país. A partir de hoje, série de matérias mostra o esforço do governo
federal para levar o desenvolvimento econômico e sustentável a outras
famílias pobres que preservam o meio ambiente
Breves (PA), 5 - A vida das famílias que vivem em
áreas de preservação da Amazônia Legal e de outros quatro biomas
brasileiros está se modificando com o Plano Brasil Sem Miséria. Desde o
lançamento do Plano, em junho de 2011, 40,5 mil famílias em todo o país
foram incluídas no Bolsa Verde e estão saindo da situação de extrema
pobreza em direção ao desenvolvimento econômico e sustentável. O governo
federal avança, agora, para incluir outras famílias com o mesmo perfil
no programa, levando até elas a oportunidade de uma vida melhor, aliada à
preservação ambiental.
No estado do Pará, o governo pretende localizar e incluir no Bolsa
Verde mais de 30 mil famílias extrativistas. Para isso, o Ministério do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) iniciou no dia 17 de julho
o Mutirão Bolsa Verde e está realizando busca ativa em 27 municípios. A
ação tem o apoio do governo estadual, das prefeituras, do Ministério do
Meio Ambiente (MMA), do Instituto Nacional de Colonização e Reforma
Agrária (Incra), do Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade (ICMBio) e da Secretaria de Patrimônio da União (SPU).
Confira a Galeria de Fotos:
Mutirão Bolsa Verde em Breves (PA)
Barco do mutirão de cadastro no Programa Bolsa Verde na Comunidade de Santa Maria, ilha Jujuteua. Foto: Ana Nascimento/MDS.
De acordo com cruzamento de dados da Secretaria Extraordinária de
Superação da Extrema Pobreza do MDS, as regiões de Marajó, Porto de
Móz-Gurupá, Santarém, Salgado Paraense e Soure têm uma grande quantidade
de famílias extremamente pobres que vivem em reservas, unidades de
conservação e assentamentos rurais. As famílias beneficiárias do Bolsa
Família que sobrevivem a partir do uso sustentável de recursos naturais e
que promovem a conservação do meio ambiente nos locais ondem vivem têm
direito a receber o Bolsa Verde. O programa repassa R$ 300
trimestralmente, por meio do cartão do Bolsa Família, durante dois
anos.
As equipes dos mutirões têm a missão de emitir documentação,
inserir famílias que ainda não estão no Cadastro Único para Programas
Sociais do Governo Federal e incluir no Bolsa Verde as famílias com o
perfil do programa. “É uma ação que começa com a busca ativa e o Bolsa
Verde, mas que vai ter outras repercussões dentro das políticas do
Brasil Sem Miséria. Estamos efetivamente fazendo uma ação de busca ativa
e indo a campo para também perceber a necessidade de outras políticas
nessa região”, explica a diretora de Gestão e Acompanhamento do Brasil
Sem Miséria do MDS, Janine Mello.
De acordo com a coordenadora técnica do Ministério do Meio Ambiente, Andréa Carestiato, que está percorrendo no momento o município de Breves com uma equipe de busca ativa, o Bolsa Verde é uma compensação pela preservação ambiental e incentiva o desenvolvimento sustentável. “Os beneficiários não podem desmatar, caçar, extrair palmito ou pescar no período de defeso. Além de perder o benefício, serão enquadrados nas condições de crime ambiental como todo e qualquer cidadão. O Bolsa Verde não é uma premiação, é um pacto, tem deveres a serem cumpridos por ambas as partes”, explica.
De acordo com a coordenadora técnica do Ministério do Meio Ambiente, Andréa Carestiato, que está percorrendo no momento o município de Breves com uma equipe de busca ativa, o Bolsa Verde é uma compensação pela preservação ambiental e incentiva o desenvolvimento sustentável. “Os beneficiários não podem desmatar, caçar, extrair palmito ou pescar no período de defeso. Além de perder o benefício, serão enquadrados nas condições de crime ambiental como todo e qualquer cidadão. O Bolsa Verde não é uma premiação, é um pacto, tem deveres a serem cumpridos por ambas as partes”, explica.
Ouça o boletim de rádio:
Entrevista com a coordenadora local do Mutirão Bolsa Verde, Andréa Carestiato
Os extrativistas e ribeirinhos paraenses vivem principalmente da
coleta do açaí e da castanha do Pará, da pesca artesanal e de pequenos
roçados de mandioca. “As famílias sobreviviam da extração da madeira e
do palmito. Como aumentou a fiscalização e essa atividade é ilegal, o
município está se readequando, as famílias estão pescando e lidando com o
açaí. Usam o Bolsa Verde para comprar máquina de bater açaí, gerador de
energia e rabeta (embarcação de pequeno porte)”, conta a secretária
municipal de Trabalho e Assistência Social de Breves, Orquidéia
Nascimento da Costa.
Para a beneficiária do Bolsa Família Maria de Nazaré Marques Sarmento, 53 anos, extrativista da comunidade Santa Maria, na ilha Jujuteua, o dinheiro do Bolsa Verde vai ajudar a melhorar a renda e a alimentação, pois será investido na criação de patos e galinhas e no manejo do açaí. “Quando chegou a notícia desse Bolsa Verde, muitos já cuidaram de se prevenir no plantio do açaí, pois aumentando o açaizal tem muita venda. Agora temos o projeto de fazer (manejo) no inverno e no verão. Aí, nunca vamos ficar sem açaí pra vender”, comemora. Ela tem 15 filhos, todos criados com a renda do Bolsa Família, da agricultura de subsistência e da venda de farinha e açaí.
Para a beneficiária do Bolsa Família Maria de Nazaré Marques Sarmento, 53 anos, extrativista da comunidade Santa Maria, na ilha Jujuteua, o dinheiro do Bolsa Verde vai ajudar a melhorar a renda e a alimentação, pois será investido na criação de patos e galinhas e no manejo do açaí. “Quando chegou a notícia desse Bolsa Verde, muitos já cuidaram de se prevenir no plantio do açaí, pois aumentando o açaizal tem muita venda. Agora temos o projeto de fazer (manejo) no inverno e no verão. Aí, nunca vamos ficar sem açaí pra vender”, comemora. Ela tem 15 filhos, todos criados com a renda do Bolsa Família, da agricultura de subsistência e da venda de farinha e açaí.
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