Visitas

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Honduras quer ampliar parceria com o Brasil na área de projetos sociais

Em audiência com a ministra Tereza Campello, a primeira-dama Rose Elena Lobo disse que seu país busca cooperação do governo brasileiro para desenvolver programas de segurança alimentar e nutricional
Ana Nascimento/MDS
Tereza Campello e a primeira-dama de Honduras, Rosa Elena Lobo
Brasília, 5 – A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, recebeu nesta sexta-feira (5) a visita da primeira-dama de Honduras, Rosa Elena Lobo. Acompanhada de uma delegação daquele país, Rosa Elena veio ao Brasil para conhecer experiências de integração entre políticas de segurança alimentar e nutricional e programas de alimentação escolar, além de fortalecer os projetos de cooperação entre Brasil e Honduras nas áreas de proteção social e de transferência de renda.

Nos últimos anos, Honduras tem implantado programas sociais inspirados em tecnologias sociais brasileiras, especialmente o Bolsa Família. “Tem sido muito exitoso o encontro com o Brasil para os programas que estamos desenvolvendo”, resumiu a primeira-dama. Desde 2010, Honduras mantém um programa de transferência de renda condicionada inspirado no Bolsa Família.

Denominado Bono 10.000, o programa hondurenho transfere uma quantia trimestralmente para famílias em situação de extrema pobreza que vivem em aldeias. A transferência de renda está condicionada ao cumprimento de exigências como frequência escolar mínima para crianças, além de outras relacionadas à saúde e nutrição de mulheres grávidas e no período do pós-parto e de crianças de 0 a 5 anos.

“Nosso programa é totalmente inspirado no Brasil. Nos impressionou muito ver como o Brasil cresceu e conseguiu reduzir a pobreza nos últimos anos”, destacou Rosa Elena. “Sabemos que, se continuarmos implementando o programa, teremos o mesmo êxito que o Brasil já alcançou. Por isso, temos trabalhado com o Poder Legislativo para garantir que as políticas sociais avancem enquanto bandeiras do Estado, e não de um governo.” O programa hondurenho atendeu, em 2010, 150 mil pessoas e a meta é chegar a 600 mil famílias.

A ministra Tereza Campello destacou os resultados positivos do Programa Bolsa Família ao longo dos seus dez anos, especialmente na educação das crianças beneficiárias. “Hoje muitas questões que tínhamos já foram respondidas, e com resultados impressionantes.” Ela citou estudos sobre a escolaridade das crianças do programa, ressaltando que elas superaram, em termos de anos de estudo e de desempenho escolar, aquelas que não são beneficiárias do Bolsa Família. “Hoje estamos plenamente convencidos de que a transferência de renda não é apenas um alívio da pobreza, mas pode mudar a vida das crianças.”

Alimentação e agricultura – Os programas ligados à segurança alimentar e nutricional também são foco da cooperação entre Brasil e Honduras para aprimorar outras iniciativas naquele país. Ao longo da semana, a delegação hondurenha realizou visitas de campo no Distrito Federal para conhecer experiências como o Banco de Alimentos, além de associações agrícolas, propriedades de agricultura familiar e escolas rurais.

O objetivo, segundo Rosa Elena, é fortalecer programas como o Vaso de Leche, uma iniciativa que visa fortalecer a economia de pequenos e médios produtores rurais em Hunduras, por meio da compra de leite, além de incrementar o consumo desse alimento pela população. A aquisição de produtos locais de pequenas e médias propriedades para alimentação escolar também é prioridade entre as iniciativas hondurenhas que devem ser aprimoradas. Segundo Rosa Elena, 37% dos alimentos consumidos em escolas públicas de Honduras são fornecidos por meio dessa iniciativa.

A primeira-dama revelou que o país tem interesse em obter assessoria brasileira para fortalecer esses programas e implantar iniciativas como os Bancos de Alimentos, além de projetos voltados às mulheres agricultoras. O Banco de Alimentos atua no recebimento de doações de alimentos considerados impróprios para a comercialização, mas adequados ao consumo. Os alimentos são repassados a instituições da sociedade civil sem fins lucrativos, que produzem e distribuem refeições gratuitamente a pessoas em situação de vulnerabilidade alimentar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário